Farão este ano 37 anos que se deu a Revolução dos Cravos.
O sonho que era a ditadura, em 30 anos, tornou-se para alguns numa realidade. Para outros uma desilusão.
A RTP a 25 de Março de 2007, anunciava no seu programa "Os Grandes Portugueses" que o vencedor, Grande Português, fora o político, ditador, António de Oliveira Salazar, com 41% dos votos.
Agora, 3 anos depois, um estudo vem dizer-nos que para 46% dos inquiridos, a conjuntura económica e social actual é considerada pior, ou muito pior, em comparação com o país antes do 25 de Abril.
Os resultados do estudo “As escolhas dos Portugueses e o Projecto Farol”, um inquérito a 1002 pessoas realizado pela consultora Gfk, informa-nos também que para 81% dos lusos, o principal problema nacional é o desemprego, seguindo-se o sistema de saúde e o endividamento das famílias.
A grande maioria (78 %) acha que o país está a optar pelo caminho errado e mais de metade (53 %) considera que a situação económica e social do país será pior ou muito pior no prazo de dez anos.
Quanto à confiança no sistema político, essa é embaraçosa. Cerca de 90 % dos inquiridos dizem desconfiar ou confiar muito pouco na classe política e nos Governos, 89 % nos partidos políticos e 84 % na Assembleia da República. Os tribunais, os sindicatos e a administração pública reúnem também elevados níveis de desconfiança.
Ainda assim, 74% dos portugueses acham que o Estado deve contribuir sempre para a competitividade e o desenvolvimento de Portugal. Apesar da desconfiança, 64 % dos portugueses considera que o voto é a melhor forma de alterar a sociedade.
É este o Portugal que queremos para nós e os nossos filhos, em que 37 anos de democracia nos podem fazer preferir um regime totalitário?