De uma comunicação social que parece gozar cada vez menos da liberdade que lhe é (à partida) inerente, de uma comunicação social que se acomoda aos tempos de crise e vende “as desgraças” e essas histórias floreadas que a procura parece demandar, como se de oxigénio se tratasse. Mas não será o papel desta comunicação social, destes mass media, que conseguem mudar a opinião de um país inteiro num abrir e fechar de olhos, tentar dar ao ser individual melhores ferramentas para que cumpra verdadeiramente a sua existência enquanto ser social, enquanto parte integrante de uma sociedade organizada?
Não critico sempre as temáticas em causa, denote-se que os media têm um papel informativo, critico a desprestígio e a abordagem, que em muito deixa a desejar no conteúdo e, consequentemente, na qualidade.
Mas parece-me, bem assim, que uma desgraça nunca vem só… Há depois a inércia, presente na maioria de nós… A inércia que leva ao “derrotismo patriótico”, à crise de valores, da moral e comportamentos éticos.
Espanto-me que assim seja, que haja esta mediocridade, esta falta de formação moral, esta falta de “entre-ajuda” (que lá fora é sobejamente conhecida como característica dos portugueses, sempre prontos a ajudar o próximo) e esta capacidade que temos de nos encontrarmos sempre na iminente vontade de desistir…
Haverá algo mais sincero do que esta minha simples abordagem?
Para mim, infelizmente, Portugal tem sido um reflexo da mentalidade do seu povo, especialmente no que se refere às últimas décadas, e será este um caminho longo a percorrer, para que isso mude. Contudo, espero que a minha (a nossa!) seja a geração da mudança, pautada pela vontade de fazer mais, melhor e diferente!
E é por isso que exijo nunca menos que estar rodeada de indivíduos pro-activos, daqueles que querem adquirir estas ferramentas por forma a que se liguem os motores, por forma a que se bata a porta à “saudade” e se abrace de novo uma atitude positiva e de “esperança” – também ela tão portuguesa!
É tempo de nos encontrarmos de uma vez por todas a nós próprios, para que nos possamos orgulhar do nosso Portugal, do nosso “cantinho” onde conseguimos ser tão cúmplices e tão próximos, deste nosso “cantinho” cheio de potencial!
Uma reflexão de Raquel Vilão