Em Novembro do ano passado, mais de um quinto dos jovens estava no desemprego.
Assim, dia 8 de Janeiro, decidi aproveitar a presença de algumas figuras públicas, no blog Minuto a Minuto, para inquiri-los sobre as suas soluções para o fim do desemprego jovem.
A primeira vítima, foi o Ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira.
Caro Ministro Silva Pereira, gostaria de me explicar o que é que o Governo tem feito para reduzir o número de desempregados jovens e evitar a "fuga de cérebros"?
Cara Essi Silva, deixo o problema da chamada "fuga de cérebros" para o Mariano Gago, que está aí a chegar. Mas a resposta para o desemprego só pode vir do crescimento económico. Por isso temos apostado nas exportações, de intensidade tecnológica e valor acrescentado cada vez maior. O crescimento
económico de 2010, como o que se registou em 2007, até á crise, veio sobretudo daí.
Cândida Pinto, que se antecipou a mim, perguntou a Mariano Gago o seguinte: Como é que se cativa os cérebros portugueses a não deixarem o país?
A larga maioria dos "cérebros " portugueses NÃO estão a deixar o País. Mais: muitos "cérebros" estrangeiros têm vindo, em número crescente, para Portugal.
Agora isso só acontece se a actividade científica tiver perspectivas de progresso, se a ciência se desenvolver, se o nosso País e a sua população continuarem a acreditar e a apostar na ciência como progresso. Se a nossa cultura científica continuar a melhorar. E se continuarmos todos a fazer o que devemos! Até agora funcionou: e passámos em não muitos anos do atraso ao desenvolvimento científico. faz lembrar o slogan do Obama: yes, we can!
Depois, Mariano Gago comentou o que Pedro Pita Barros tinha dito:
"Pedro Pita Barros:
Sobre a "fuga de cérebros", hoje em dia talvez seja mais apropriado falar em "circulação de cérebros", há uns que saem mas outros que chegam.
As instituições portuguesas têm que se preparar para "batalhar" no mercado internacional de cérebros. "
- Concordo inteiramente. E essa competição internacional por pessoas qualificadas está a acentuar-se. Mais educação, mais formação, mais ciência, mais cultura científica, mais e melhor investigação, aberta, internacionalizada, enraizada... Não vejo outro caminho!
É assim que pensa o nosso Governo sobre os jovens desempregados. Por falar ficaram os jovens que têm de abandonar o país porque não só fazem parte do desemprego jovem, como no exterior pagam melhor e com condições laborais muitas vezes melhores.
Também se apelou à formação dos jovens para acabar com esta gangrena... só que a formação exige dinheiro. E para se poder apostar nessa formação e ter liquidez para ela, na generalidade exige-se ou uma bolsa ou um emprego que permita reunir fundos para aqueles que lutam por serem melhores sozinhos. As bolsas de estudo muitas vezes são insuficientes e irrealistas e em certas áreas é preciso essa mesma formação na qual se pretende investir para se conseguir o emprego. Fora os benefícios fiscais que cada vez têm em menos conta as necessidades do agregado familiar no que toca à formação profissional, é difícil evitarmos uma subida do desemprego. Em especial no que toca aos jovens!