No passado fim-de-semana, todos os caminhos foram dar a Coimbra. O momento da grande decisão tinha chegado, o XXI Congresso da JSD. Na reunião magna desta grande estrutura apresentaram-se dois projectos, duas ideias, dois candidatos, duas personalidades distintas. Mas apenas uma vontade, um desejo comum: o bem-maior da JSD. De um lado, Carlos Reis e do outro Duarte Marques.
Ambos estavam à altura do desafio a que se propunham. Divergiram no estilo e na substância da dialéctica. Apresentaram-se aos militantes com os seus projectos, para devolver esperança a todos os jovens neste momento crítico que o país atravessa. Não obstante, e pese embora o facto de ser público que apoiei a candidatura do Duarte, foi-me possível identificar duas posturas e atitudes bastante assimétricas. Enquanto o Carlos Reis mostrou o seu material de campanha, o Duarte mostrou-se a ele mesmo. Se de um lado havia distância entre o discurso e os militantes, do outro lado havia proximidade e uma cultura humanista.
Foi o momento para avaliar o mandato da anterior CPN e decidir o futuro da JSD, mas também era a oportunidade de rever amigos. Nem só de trabalho vive o homem. E aqui reside a magia dos congressos. Era a ocasião de rever histórias, aventuras (dentro e fora da estrutura), de confraternizar, sendo que a circunstância de cada um apoiar mais ou menos explicitamente um dos dois candidatos não impediu que se gerasse um espírito de companheirismo e de amizade.
Após uma longa noite a fazer o balanço da anterior gestão da JSD, é de destacar que durante grande parte do dia de Sábado, vários grupos temáticos trabalharam afincadamente no sentido de serem apresentadas as melhores propostas nas diversas áreas que estavam em discussão. É de ressalvar e destacar o espírito de entrega e de disponibilidade com que este trabalho foi feito, onde o interesse colectivo se sobrepôs aos interesses pessoais. A JSD não é uma escola de “politiquice”. É uma organização de jovens sociais-democratas que se preocupa com os problemas da juventude no nosso tempo, assumindo uma atitude pró-activa, irreverente, mas muito responsável nas propostas e soluções que protagoniza.
Devo também confessar que, para mim, foi especialmente emotivo o facto de este ter sido o meu primeiro Congresso da JSD enquanto militante da B. Finalmente, estou a trabalhar com amigos, que simultaneamente são quadros de excelência da JSD e que me fazem acreditar num futuro melhor. Sinto-me em casa. E aqui é indissociável o contributo inestimável que o nosso João Gomes da Silva prestou à candidatura do Duarte, tendo, muito justamente, sido nomeado Secretário-Geral Adjunto da CPN.
Foi também um momento de despedida porquanto alguns membros da nossa família partidária abandonaram este barco para entrar num navio maior. Pedindo desculpa a todos os militantes que saíram e que expressamente aqui não vou mencionar, não posso deixar de referir os nomes do Pedro Rodrigues, Daniel Fangueiro, António Leitão Amaro, Joaquim Biancard Cruz por todo o contributo que nos deram. Pessoalmente são pessoas que me marcaram, e por isso mesmo não posso deixar de dizer: Obrigada. Nós, os que ficamos, vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para honrar o legado que nos deixaram.
O Duarte trabalhou durante meses. Correu o país de Norte a Sul, passando pelas Ilhas. Ouviu e sentiu. Superou-se na entrega e na capacidade de mobilizar e de motivar os jovens militantes a lutarem a seu lado. O esforço foi compensado com uma confortável vitória em Congresso. Jamais esquecerei a subida do Duarte ao palco, e a sua primeira palavra do seu inspirado discurso de vitória – Obrigado. Jamais esquecerei a presença do Dr. Pedro Passos Coelho, demonstrando a sua sensibilidade com os problemas dos jovens. Jamais esquecerei a música “Coimbra tem mais encanto” cantada ao vivo pelo Congresso inteiro. Jamais esquecerei o orgulho que senti a cantar o hino da JSD, a plenos pulmões, mais com o coração do que com a voz. Jamais esquecerei o arrepio que me causou o hino nacional. Foi mágico. Parabéns Duarte, Parabéns JSD!
Um texto de Inês Rocheta Cassiano